By Lolade Adewuyi
The rhythm and soul of Brazil’s Samba music originates from African musical forms that have evolved over many centuries of contact with aboriginal and European instruments. Despite the years of distance occasioned by the Trans-Atlantic Slave Trade, much of Samba music still carries some obvious reference to Africa and African traditions. I discovered the music of the impressive Grupo Revelacao while in Brasilia in June. A live performance of their hit track “Ta Escrito” from the Ao Vivo No Morro DVD was played on television.
The melody of the song captured my attention and I quickly made some research. Having been unable to watch much except football on TV due to language constraints, it was indeed interesting that one of the few times I watched the music channel I was able to find something that would make such huge impression on me.
The next day I visited the mall to buy the Revelacao DVD in order to have “Ta Escrito” for keeps. I joyfully paid for the copy that was handed over to me only to find out later that the song I wanted wasn’t on it but on the first volume. But the store didn’t have it. So I was stuck with Ao Vivo No Morro Vol 2. I’m glad that I kept it as it has changed my life and my family’s.
Via Grupo Revelacao’s music, I was able to take away a veritable part of Brazil back home with me. Forget the t-shirts and other souvenirs that tourists buy, the best way to preserve memory of a visit is to buy literature or music of a culture. Unfortunately, I couldn’t get translated copies of important Brazilian literary voices. However, Grupo Revelacao has been able to keep me in touch with the culture. In the absence of “Ta Escrito”, my wife and I have discovered songs like “Prazer do meu amor”, “Pai”, “Sou bamba, sou do samba” and the enigmatic “Meu Lugar”.
“Meu Lugar” (in English means ‘My Place’) was written by musician Arlindo Cruz and it romanticizes the Madureira neighbourhood of Rio where an important samba movement is entrenched via the Portela and Imperio Serrano schools. It has become our family favourite.
It is a classic example of the reference to African symbols and traditions. The song opens thus:
O meu lugar (My place
E caminho de Ogum e Iansa (It’s the way of Ogum and Iansa
La tem samba ate de manha (There we have samba up until morning
Uma ginga em cada andar (A swing on every step)
O meu lugar (My place
E cercado de luta e sour (Is surrounded by fight and sweat
Esperanca num mundo melhor (With hope of a better world
E cerveja pra comemorar (And beer to celebrate)
O meu lugar (My place
Tem seus mitos e seres de luz (Has its myths and light beings
E bem perto de Osvaldo Cruz (It’s very close to Osvaldo Cruz
Cascadura, Vaz Lobo e Iraja (Cascadura, Vaz Lobo and iraja)
O meu lugar (My place
E sorriso, e paz e prazer (Is smile, it’s peace and pleasure
O seu nome e doce dizer (Its name is sweet to say
Madureira! (Madureira!)
In the first two quatrains, one encounters the Yoruba deities Ogun (Ogum) and Oya (Iansa) as mythical custodians of the physical Madureira which the ballad extols. The Yoruba pantheon of gods were taken to Brazil as part of the slave trade and unlike in the United States where most of the legacies of the old continent were eliminated by the slave holders, the Africans were able to disguise their cultures under various guises like the Candomble religion as well as Samba in order to preserve their beliefs.
While this entry is not so much about the intricacies of the past, my intention is to show that Samba music carries a lot of African influence still.
While I am also just learning more and more everyday about the close ties that Afro- Brazilians still share with Africa, I will attempt to delve deeper into these using the music which I discovered during my trip in future posts.
Feel free to share your thoughts with us.
Por Lolade Adewuyi
O ritmo e a alma do samba são originários de formas musicais africanas que evoluíram ao longo de séculos de contato com instrumentos musicais aborígenes e europeus.
Apesar da distância ocasionada pelo tráfico de escravos através do atlântico, muito do samba ainda carrega referências claras à África e às tradições africanas.
Descobri a música do impressionante Grupo Revelação durante minha estada em Brasília, em junho. Uma apresentação ao vivo da faixa “Tá Escrito”, do DVD Ao Vivo no Morro, estava passando na TV.
A melodia me chamou a atenção e rapidamente fui procurar mais sobre a música. Sem conseguir assistir muita coisa diferente de futebol na televisão devido à dificuldade com o idioma, foi interessante o fato de que, em uma das poucas vezes que assisti um canal de música, consegui encontrar algo que me impressionasse tanto.
No dia seguinte, fui a uma loja comprar o DVD do Revelação pra ter a música como recordação. Paguei com gosto pelo DVD que me foi oferecido, mas depois descobri que a música que eu buscava não estava naquele disco. Procurei pelo volume dois, mas estava esgotado na loja.
Então, só me restou ouvir o Ao Vivo No Morro Vol 2. Estou satisfeito pela compra, pois ela mudou a minha vida e de minha família.
Através da música do Revelação, pude levar comigo uma parte autêntica do Brasil de volta pra casa. Esqueça as camisetas e outras lembranças que os turistas compram, a melhor forma de se preservar a memória de uma viagem é levar consigo um pouco de literatura ou música da cultura local.
Infelizmente, não encontrei cópias traduzidas dos livros de grandes autores brasileiros.
No entanto, o Revelação possibilitou-me manter o contato com a cultura do país. Na falta da música “Tá Escrito”, minha esposa e eu descobrimos músicas como “Prazer do meu amor”, “Pai”, “Sou bamba, sou do samba” e a enigmática “Meu Lugar”.
“Meu Lugar” foi escrita pelo músico Arlindo Cruz. A canção romantiza o bairro Madureira, no Rio de Janeiro, que abriga duas grandes escolas de samba, Portela e Império Serrano. Essa se tornou a música preferida da minha família.
Esta música é um clássico exemplo de referência a símbolos e tradições africanos. Eis a letra:
O meu lugar
É caminho de Ogum e Iansã
Lá tem samba até de manhã
Uma ginga em cada andar
O meu lugar
É cercado de luta e sour
Esperança num mundo melhor
E cerveja pra comemorar
O meu lugar
Tem seus mitos e seres de luz
É bem perto de Osvaldo Cruz
Cascadura, Vaz Lobo e Irajá
O meu lugar
É sorriso, é paz e prazer
O seu nome é doce dizer
Madureira!
Nas primeiras frases, são mencionadas as entidades yorubá Ogun (Ogum) e Oya (Iansã) como guardiões míticos do bairro Madureira descrito na música.
O panteão dos deuses yorubá foi trazido ao Brasil com o tráfico negreiro e, diferente do ocorrido nos Estados Unidos, onde a maior parte do legado do continente africano foi eliminada pelos senhores, os africanos conseguiram disfarçar suas religiões sob crenças, como o candomblé, e manifestações culturais como o samba.
Apesar deste post não ser exatamente sobre heranças históricas, meu objetivo aqui é mostrar que o samba ainda carrega muito da influência Africana.
Enquanto ainda estou aprendendo um pouco a cada dia sobre laços que afro-brasileiros ainda compartilham com a África, tentarei me aprofundar mais neste tópico por meio das músicas que descobri durante minha viagem em posts futuros.
Sinta-se à vontade para compartilhar seus comentários conosco.